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domingo, junho 15, 2003

nº 11

Quando oiço o «Portugal, Portugal» do Jorge Palma do por mim a pensar do que é que Portugal, de facto está à espera, sendo que Portugal define-se por esperar algo indefindo que não choque com o sistema vigente e onde se mantenha o status quo. Se o rumo defenido é o Vermelho (e esse rumo já deu provas de progressão e qualidade), as decisões tomadas são sempre para manter o azul.
Assim, o status quo vigente em Portugal consegue sobreviver e manter a mediocridade. Em Portugal, o que seja excêntrico à mediocridade é simplesmente eliminado como se de um vírus se tratasse, já que a qualidade cria anti corpos fortes na mediocridade.
No humor, por exemplo, Portugal não começa no Herman e termina no José. Há, felizmente, muitas pessoas a fazer humor de extrema qualidade em Portugal. Alguns exemplos: os blogueiros do gato fedorento , Ricardo Araújo Pereira e José Diogo Quintela, que são dois exímios humoristas; Na rádio, o grande mestre que já faz escola, Pedro Ribeiro e o Nuno Markl; o humor das Produções Fictícias, no veneno subtil que dilatam na «Contra-Informação», entre muitos outros casos de qualidade.
Arrisco me a dizer que estes mestres do humor em português nunca terão um programa de televisão ao domingo à noite, e isso só vai contribuir para que eles mantenham a qualidade que os caracteriza (relembro, aos mais esquecidos, que o Herman José já foi genial a fazer humor e provalvelmente este desaproveitar das suas melhores qualidades será a resposta dele aos ataques dos anti corpos da mediocridade, ou seja, Herman foi fagocitado pela mediocridade e assim também ele é mediocre).
Como é possível dar auto estima ao País, se os seus melhores talentos estão ou afastados ou reprimidos???

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