Nº 15
É impressionante passear por um qualquer centro comercial num qualquer destes domingos e ver, por exemplo, a maior cadeia de compras e principal impulsionadora da Sonae (o Continente) com metade das caixas sem funcionário e a outra metade com 1, 2, 3 pessoas no máximo na fila. Nos idos (e como eu gosto desta expressão...) de 1999, período pós-Expo em que Portugal consumia desenfreadamente tudo o que lhe aparecia à frente como se não houvesse amanhã, as filas nas caixas do Continente eram sempre calvário onde todos passávamos mais de 1 hora. Este exemplo é paradigmático da crise financeira que vivemos. Fazendo um pouco de aritmética simples, vê-se o porquê de os Portugueses estarem a cortar no estômago para pagarem as dívidas (muitas delas contraídas nesse período de consumismo absurdo). Situação tipíca: 2 conjugues mais 1 filho, ele têm um ordenado de 800 Euros, ela com um ordenado de 800 euros também (é para não acusar este blog de machismo). Contas fixas para pagar: 400 Euros de prestação da Casa (ou Renda); 200 Euros para manutenção da casa (água, luz, telefone, etc...); 300 Euros mensais de prestação do carro + gasolina + seguros e manutenção; 250 Euros para prestações várias (Móveis, Electrodomésticos, Cartão de Crédito, etc...); 200 Euros de custos de alimentação e com o filho (Livros, Almoços, etc...); Esta Família, com um rendimento superior as muitas das famílias Portuguesas (1600 Euros) têm mensalmente de despesas fixas 1350 Euros, o que liberta para comida 250 Euros (50 contos) o que dá a abissal média de 1700 Escudos diários para pôr (e considerando que comem no emprego) 3 refeições na mesa por dia. O que dá, imagine-se, menos de 600 Escudos (3-Euros-3) por refeição feita em casa. Com este orçamento mensal que não é retido em divida (50 Contos num Rendimento Teórico de 320) para alimentar, cuidar e vestir 3 pessoas, deve haver por esse País fora muito estômago a precisar de comida e muita gente a passar necessidades...
JA
<< Home