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Olho por entre a janelas, vendo nevoeiro encobrindo a cidade. Vejo ao longe, pessoas que têm a sua vida direita. Imagino-me acompanhado, mas reparo que só consigo estar acompanhado de mim mesmo. Oiço velhas músicas repartindo letras com notas, notas com lágrimas, letras com lágrimas. Vejo o estado desta mesa. Até a mesa é torta. Não sei o que me rodeia. Vejo o poster do ídolo queimado na ponta, uma das pontas que se perdeu quando ele se foi. Vejo que já não sou eu a comandar. É a saudade. Saudade de tempos que já lá vão, saudade dos tempos em que apenas eu dominava o meu reino. Saudade dos tempos em que juntos faziamos um só. Sinto falta, muita falta de estar acompanhado. Sinto-me só, é verdade. Dói admitir que perdi a batalha. Afinal não chego para 500 guerras. Baixo os braços. Sinto que não estou a ir pelo caminho correcto. Sei que há um caminho onde podia facilmente triunfar. Nem era preciso suar a camisola. Era só seguir o caminho. Projecto nos de hoje em dia, os de ontem. Quero que os de ontem cheguem amanhã. Basta. Basta. Mas porquê não seguir o caminho certo e encontrar o sucesso? Não sei. Falta-me o sal, o açúcar e o limão nesse caminho. Falta-me companhia. Estou farto desta merda. Sei que o sucesso está a um pequeno passo. Mas que merda de sucesso é esse? «Isn't it real» pergunta a cantora de voz grave. Não sei sair daqui. Para onde olho? Será que este nevoeiro vai acabar? E o Equilíbrio? Chegará? Levante-se o réu. A Justiça foi cega. A pena foi aplicada. Pareço um pequeno boneco de mim mesmo, criado num jogo que eu próprio perdi. Game Over. Continue? 10...9...8...7...6...5... Carrego em yes. Afinal há mais batalhas para lutar...
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