E pensavam vocês que já se tinham livrado do "que tem a mania que escreve":
Horizontes
Sem surpresa me olho ao espelho
Vendo rugas imaginárias marcadas pela revolta
- emoçao básica de sobrevivência -
contra mim mesmo, contra o que fui, contra o que sou
Actor num cénico dia de vida,
Sem surpresa fechei o baú da Trilogia da infância
Percebendo, pois então, que essa coisa da Surpresa
É da infância, da inocência, da esperança
Vendo na carne um desejo, na mente uma revolta, no coração uma ferida
Fechada, de crosta negra - como negras são todas as coisas a quem o Holofote não aponta
Reduzo esse passado à memória que me resta, que me restava de 2 anos de separação
Reencontrei-a para fechar esse baú
E dizer, enfim, que não há surpresa possível na memória...
Porque, felizmente, outro alguém - o verdadeiro alguém - chegou numa noite do Ano
Para desacorrentar e libertar os novos
Amanhã de Surpresa...
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