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quinta-feira, maio 13, 2004

Poema IV:

Fogueira

Vejo o fim aproximar-se
Com a queima dos últimos despojos
De Guerra, Paz e Vida
Vejo o consumir dos dias numa imensa fogueira
De vaidades, De vidas, De fogo

Vejo-me morrer perante a vida
Sucumbir perante os últimos pedaços de mim
Vejo o negro como o fim de tanta luz
Oiço o comboio que levará ao fim da existência

Sei que tudo era mais fácil se pedisse clemência interior
E, num daqueles sopros de inferioridade humana, me rendesse
Há tantas coisas que são necessárias
Um ombro, um beijo, um abraço, um olhar
E sei que outros precisam que os dê

Enfim derrotado, dou um último golpe
Em mim, No meu Mundo
E chego à conclusão de Dor:
Não vou deixar de lutar...

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