Portugal 1 - Grécia 2:
Terminou assim o 1º jogo do Euro 2004, no Dragão. Portugal pagou muita desconcentração defensiva e nervosismo atacante com uma derrota que foi totalmente merecida. A Grécia apresentou-se "à Porto", ou seja, uma equipa que joga na retranca e que aposta no mínimo erro do adversário para ir lá à frente e facturar. Se no lance do 1º golo é a dupla Paulo Ferreira (no passe) e Costinha (no ficar parado a ver a banda passar) que falha, no 2º é uma falha do Rui Jorge que, claramente, pareceu afectado psicologicamente pelo 1º golo e muito mal fisicamente. Foi pelos laterais que este jogo fez lembrar o jogo com a Itália em Abril onde tivemos erros defensivos muito parecidos. A Grécia jogou no contra-ataque, como se esperava, e repetiu quase ipsis verbis a táctica e a estratégia que usou contra a Espanha na qualificação para o Euro (onde ganhou 1-0), ou seja um 4-1-1-3-1, que passava a 5-3-2 em modo defensivo, quando a equipa não tinha a bola. Utilzando o contra-ataque, usou os erros dos laterais portugueses para facturar os 2 golos. Nas mudanças que Scolari operou ao intervalo, note-se ter lançado Deco (muito melhor que Rui Costa) e Cristiano Ronaldo (o 6º jogador mais novo deste europeu e que acusou muita infantilidade, não só no lance do penalty que dá o 2º golo, como nas movimentações ofensivas, quando fintava, brincava com a bola e depois era totalmente inconsequente nos cruzamentos para a área). Scolari perdeu 20 minutos (nos quais a Grécia apontou o 2º golo) para pôr o 2º ponta de lança, e como Quinito dizia, "por a carne toda no assador". Paulo Ferreira notou (e muito) não ter Ricardo Carvalho ao seu lado (que é possivelmente o melhor central do mundo a fazer as dobras quando os laterais sobem) e não atacou, para além de defender mal, principalmente no lance do 1º golo. Figo foi o único a conseguir aguentar-se mais ou menos ao mesmo nível durante todo o jogo, não se percebendo o posicionamento do nosso número 7 na 2ª parte, quando jogou como 2º nº 10 ao lado de Deco, deixando o lado direito orfão em termos ofensivos, ainda para mais com a falta de confiança ofensiva de Paulo Ferreira. Maniche, pelo outro lado, foi o que mais se diferenciou com o intervalo, sendo que na 1º parte esteve muito mal na luta do meio-campo, e na 2ª parte (principalmente depois da saída de Costinha para entrar Nuno Gomes) lutou, apesar de ter estado mal na transição defesa-ataque e no remate de fora da área (uma das armas pela qual foi posto em campo de ínicio). Rui Costa e Simão foram bem substituídos ao intervalo, mas por diversas razões. O maestro do Milan claramente acusa a idade nas pernas, enquanto o extremo benfiquista acusou o facto de ser muito marcado e de não ter saído bem o 1-para-1 as duas primeiras vezes. É um jogador, e isso já se sabia do Benfica, que precisa que as coisas corram bem para ir na onda da equipa e fazer as grandes exibições que lhe reconhecemos. Pauleta praticamente não tocou na bola, quando esteve sozinho no eixo do ataque nacional, só conseguindo "cheirar" a bola quando teve Nuno Gomes ao lado, e Deco no apoio. Do lado Grego, o principal facto individual (derivado da sua táctica defensiva) foram as exibições de Seitaridis (que grande lateral que o Porto contratou) e a de Nikopolidis (mas este pelo facto de o Guarda-redes Grego só ter feito uma defesa aos 85 minutos). Aqui fica a ficha do jogo (notas de 0 a 10):
Portugal 1 - Grécia 2 no Estádio do Dragão
Portugal: Ricardo (5); Paulo Ferreira (3); Fernando Couto (4); Jorge Andrade (5); Rui Jorge (4); Costinha (5); Maniche (6); Figo (7); Rui Costa (4); Simão (4); Pauleta (4); C. Ronaldo (5); Deco (6); Nuno Gomes (4)
Grécia: Nikopolidis (5); Seitaridis (8); Dellas (5); Kapsis (6); Fyssas (6); Basinas (7); Zagorakis (6); Karagounis (6); Giannakopoulos (7); Vrysas (5); Charisteas (5); Katsouranis (4); Nikolaidis (4); Lakis (4)
Golos por Karagounis (7 minutos) e Basinas (51 m de GP) para a Grécia e Cristiano Ronaldo (93 m)
Jogo arbritado por Pierluigi Collina (8), de Itália
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