Portugal a Caminho de Eleições - II:
A suposta homossexualidade de Socrátes e Portas
Dois dos principais líderes partidários que se candidatam ás eleições de 20 de fevereiro próximo, têm sido alvos de constantes boatos sobre a sua suposta homossexualidade. A Paulo Portas, o caso já nem deve fazer grande mossa, já que é piada corrente e até serve para tentarem ligar o líder do CDS/PP a eventuais práticas de transsexualismo e, até, em alguns blogs e mentideros, a práticas pedófilas. Quanto a José Socrátes, devido também à sua recente vitória nas eleições internas do PS, o caso é mais recente, e aliás, alimentado pelo próprio (mesmo de forma involutária) ao manter um certo secretismo sobre a sua vida privada.
Não sendo a sociedade portuguesa tão voltada para as questões do íntimo dos políticos como as anglo-saxónicas (vide casos Blunkett e Clinton), seria bom, em nome da verdade, uma clarificação neste campo, já que evitava logo à partida que oportunistas como Manuel Monteiro, pudessem livremente, e a cobro deste manto de meias-verdades e boatos sobre Socrátes, provocar, como ainda hoje o fez, o líder socialista, perguntando-lhe que propostas eram as dele para o assunto do casamento homossexual. Lembrando que existem políticos eleitos e de sucesso que se assumiram como homossexuais noutros países, como o Mayor de Paris ou o malogrado Pim Fortuyn, por exemplo, não seria bom que estes políticos fizessem uma clarificação sobre a sua vida privada? Senão que sentido têm, por exemplo, Paulo Portas assumir-se como "conservador e cristão", se meio país ri dele, quando ele diz isto (e atenção que não estou a dizer que não se possa ser "conservador e cristão" e homossexual)? Não seria, também, pergunto-me eu, uma pedrada no charco em relação ás mentes atávicas e provincianas que habitam o nosso País? E, sobretudo, não seria a nível pessoal um alívio para esses candidatos se eles fizessem um "statement" sobre a sua vida privada, confirmando ou desmentido esses boatos?
<< Home