Portugal a Caminho de Eleições - VI:
Hã?
José Sócrates disse hoje que "o objectivo do PS é colocar as pensões mínimas ao nível do limiar da pobreza". Ouvi e não quis acreditar. Primeiro, revela um total desconhecimento (mesmo eu, um leigo, sei o que isso é) do que é o "nível do limiar da pobreza". São 60 doláres, pouco mais de 10 contos. Ora isso, já nós temos. Segundo, revela que o seu objectivo é a tecnocracia pura, apostando em termos tão vagos como "inovação" e "tecnologia", como se isso quissese dizer alguma coisa em Portugal e não as preocupações com os mais pobres, com os pensionistas, como seria timbre da tal "social-democracia nórdica" que ele tanto apregoa. Depois, quando confrontado pelos jornalistas com as suas inacreditáveis declarações, repetiu várias vezes que "limiar de pobreza" era um termo técnico. E, apertado pela imprensa, bateu com a porta do carro, tentado fugir à pergunta. Ora, isto passou paí como 20ª notícia na SIC e RTP (não vejo o jornal da TVI para poder dizer). O que é mais preocupante para a Nação no seu todo? Uns devaneios turísticos de um ministro ou um quase-eleito Primeiro Ministro que diz que "limiar de pobreza é um termo técnico"? Eu cá acho que é a segunda. Mas, se calhar, dá mais audiência a primeira, por estar na moda bater no PSD. Meus amigos que me fazem o favor de ler este blog, podemos estar à beira de "explusar a má moeda", mas vamos entrar num período de uma moeda ainda pior. E, sejamos francos, "má moeda" por "má moeda", deixem lá estar esta, que ainda nos diverte.
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