Balanço da Campanha II:
Curioso será ver o que fará o Bloco de Esquerda (com o seu eleitorado de protesto) com 8 deputados que não servem para nada que o PS não queira. Sem grandes custos eleitorais para o centro político que decidiu estas eleições, José Sócrates, perante as propostas do BE pode limitar-se a sorrir e a dizer: "Vocês até são um partido simpático, mas isso agora não é possível". Ou seja vai existir o Bloco que o PS deixar. A ver vamos se o BE não cresceu demais para o seu próposito. A ver vamos se daqui a quatro anos eles elegem os mesmos deputados. O PCP beneficiou de o seu secretário-geral ser pela primeira vez uma figura simpática para todos, centro-direita incluído. O reforço da votação no PCP deve-se a Jerónimo de Sousa, um dos vencedores claros destas eleições. O CDS foi arrastado pelo epifenómeno Santana. Se calhar, bem vistas as coisas, teria sido melhor para eles recusar a Durão a continuação da coligação governamental, se este saísse. Mas o CDS, que no meu entender soube muito bem gerir este final de governo, fez essa opção. Pagou-a ontem. E Paulo Portas não vai para casa. Até 2009, ele imitará Marcelo e verá Cristo descer à Terra, para se recandidatar.
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