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domingo, junho 10, 2007

O Zé.

Gritam as eleitoralmente decoradas janelas da cidade que "o Zé faz falta". E, digo eu, têm toda a razão. O Zé faz mesmo falta, só que não é o vereador do Bloco de Esquerda, mas sim o Zé, que faz hoje anos e que tenho por conta de um dos meus melhores amigos.

Gostaria de vos dizer que me infiltrei nas trincheiras do "inimigo" e auto propus-me para assessor de imprensa da candidatura bloquista à capital só para lhe poder prestar a singela homenagem de ter a cidade a respigar uma verdade verdadeira: a de que o Zé faz falta.

Infelizmente não é esse o caso, restando-me por isso agradecer à campanha de Sá Fernandes o respectivo cartaz que me deu a ideia original para esta prenda em dia de aniversário - a do elogio público de um amigo. Faço-o na forma que melhor me sei expressar que é a escrita; Mas sobretudo quero me servir desta ferramenta que é a escrita para vos "contar o Zé".

Por exemplo, queria-vos contar que o Zé quando ri parece uma criança. Tem uma autenticidade garagolhófona que deveria ser gravada para ser vendida a peso de ouro para comédias de quinta categoria (aquelas com o riso pré-gravado): Tornaria as mesmas em pequenas pepitas seinfeldianas de elevado quilate.

O Zé, parecendo que não, já é um adulto formando e um adulto formando não deve ser assim tão crédulo nas coisas do mundo; não deveria contar tanto nos amigos, na música e na 7ª arte que tanto aprecia. Deveria ser mais cínico, só e mal-humorado. Mas não. O Zé chegou ao final da sua formação completamente criança nas 3 coisas que nenhum de nós deveria crescer: riso, arte e amizade.

Todos e cada um de nós à medida que vai crescendo vai relegando essas coisas para segundo ou terceiro plano e vai pondo em primeiro lugar a carreira, os filhos, o casamento, a prestação da casa, o cartão de crédito e o diabo a sete. Todos nós vamos nos tornado, por via das dúvidas, mais cínicos, sós e mal-humorados até porque a qualquer momento podemos ficar desempregados, o filho não nos falar mais, o casamento falir e com ele a conta bancária.

Todos nós, vamos assim nos afastando do nosso próprio Zé. Daquele individuo que adorava música, cinema, futebol, os amigos, as amigas e a escrita vai restando cada vez menos. E menos. E menos. Até que nos tornamos "adultos". Dizem-nos os mais velhos com ar de aprovação consentida: "É a lei da vida".

Pois é.

Mas quero-vos dizer que a maior virtude do Zé é, mantendo a responsabilidade (poderia aqui dissertar mais quarto ou cinco parágrafos sobre como ele é bom trabalhador e responsável, mas acho que isso seria profundamente estúpido e inútil - aliás como é, grande parte desse mesmo trabalho) ir desafiando a pouco e pouco os limites dessa própria "lei da vida".

Confesso-vos uma secreta esperança, daquelas com um grau de secretismo só violável num blog público e universal: que ele só se deixe ir pelos caminhos da "lei da vida" quando tiver mesmo que ser. No último segundo da última hora. Até lá que mantenha as suas amigas, a sua Dave Matthews Band, os seus amigos e o seu cinema. E, quando tiver mesmo que ser, então que se preocupe com o filho, o casamento e a conta da luz.

Para terminar, quero-vos contar na medida do possível um episódio que vi, e que se não tivesse visto não acreditaria: Num destes fins-de-semana prolongados, estive com ele a descansar na quinta dele de um dia para o outro. E posso-vos garantir que isolado do mundo (só havia televisão, ou seja, o autêntico "deserto da margem sul" para dois estudantes de informática) a ler deliciado as cartas que o avô escrevia à avó nos tempos de namoro. Riso, arte e amizade. Era essa a cara dele quando as lia. E esteve horas a fio a organizar-las como se de pequenos grandes tesouros se tratasse - e eram um monte de cartas velhas.

Por tudo isto me despeço desta prenda pública em dia de aniversário concordando com o cartaz do BE:

O Zé faz mesmo falta.

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