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segunda-feira, junho 25, 2007

Gostaria de convidar V. Exas. para o meu casamento com esta senhora:



Será amanhã, mal que abra a repartição.

PS: Já não basta ter arranjado o primeiro emprego, agora isto. Há dias perfeitos, não há?

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sexta-feira, junho 22, 2007

O Filipe, pela Special Guest Star, o Zé.

Se eu não fosse como sou gostava de ser como o Filipe.

Não digo isto como qualquer espécie de favor ou troca por ele ser meu amigo, não digo isto como agradecimento a uma constante companhia…Digo isto porque sei que se não fosse quem sou, faria hoje anos.

Uma das coisa que sinto desde que me lembro é o facto de nunca me sentir bem com a idade que tenho, quando tinha 15 sentia-me com 12, agora que tenho 21 sinto-me um recém adulto de apenas 18 anos, isto é algo que nunca conseguirei explicar bem, simplesmente há em mim um dilema de idades. O Filipe faz hoje 25 anos, eu fiz há pouco mais de 10 dias 21. Há portanto entre mim e o Filipe outro dilema de idades.

Mas com este dilema de idades posso eu (e ele também) bem. Esperem deixem cá escrever isto outra vez para me aperceber do que acabei de relatar…O Filipe faz hoje 25 anos…Mesmo depois de o escrever 2 vezes há algo em mim que não acredita muito em tudo isto. Ele não pode ter 25 anos, porque se os tem não se parece nada com o meu irmão mais velho (que também tem 25 anos), ele tem muito mais a minha idade que o meu irmão. Ele é muito mais um jovem de 20 do que um adulto de um quarto de século

Deixem-me contar-vos uma história mais real do que qualquer outra.

Existe um amigo meu de cabelos para o claro, óculos competentes e estrutura íntegra que não se parece com a idade que tem. 25 anos é muito tempo de vida é certo, mas ter esta idade tão redonda e não parecer minimamente envelhecido isso sim é uma das características melhores numa pessoa. Perceberam? Se calhar não me expliquei bem…passo a explicar…A minha avó tem 82 anos eu tenho 21, consigo ter brincadeiras com ela que não consigo com pessoas da minha idade, consigo falar-lhe de quase tudo e no fim sei que tenho sempre em forma de oferta um daqueles conselhos experientes que vão melhorar a minha vida numa percentagem próxima dos 20 ou 30 por cento.

O Filipe tem nele qualquer coisa da minha avó, não sendo um grande conselheiro (por não se atrever a ter também ele certezas sobre a vida) emana uma calma pouco característica de uma pessoa da idade dele, mantém uma espécie de humor de menino de 16 anos e tem uma figura que pegando naquilo que duas amigas minhas disseram sobre ele faz lembrar um desenho animado.

É isso!! O Filipe é sem qualquer margem para dúvidas um desenho animado.

Mas um desenho animado, daqueles que misturam uma bela lição de vida com umas belas cacetadas e que provocam risos em quase abundantes convulsões, um desenho animado daqueles que misturam comédia com dramatismo em quantidades tão ideais que passam a ser CINEMA e não ANIMAÇÃO.

Eu percebo qualquer coisa de cinema, e sei muito bem quando um desenho animado é feito para crianças e quando é para adultos…

O Filipe é feito para adultos.

Acho que foi por isso que só conheci o Filipe após fazer 18 anos, a minha vida não estaria muito provavelmente preparada para ver uma espécie de animação tão crescida antes de ser de facto adulto e se eu tivesse tentado entrar na “sala” antes de fazer 18 anos teria aparecido um qualquer segurança “armário” de cinema a expulsar-me com bastante repúdio para que eu não visse antes de tempo este delicioso pedaço de animação.

Tinha que ser quando tivesse explicitamente 18 anos. Quando somos crianças vemos todos uma série de desenhos animados próprios para a nossa idade, aqueles desenhos animados que nos ensinam coisas sobre a nossa idade característica, isto é, aquela série de animação sobre o corpo humano por exemplo.

Vimo-la todos nós quando éramos crianças de 8 ou 9 anos, vimo-la antes de sentirmos transformações nos nossos corpos que pudessem deitar por terra toda a beleza de ver pela primeira vez o interior do corpo humano e de perceber todas as suas funções.

O Filipe é uma espécie de desenho animado que fala sobre a vida, ele é um desenho animado que qualquer adulto que se preze devia ver. Ele é uma mistura em doses perfeitas de tristeza e alegria, é uma daquelas fórmulas infalíveis que fazem qualquer um emocionar-se perante o mais simples e banal acontecimento ou rir com a mais simples (ou seca) piada. Digamos que consegue transformar a chamada tristeza na lágrima de comoção, e que consegue tirar de um sorriso aquela gargalhada mais funda que nos envergonhamos de mostrar a toda a gente.

O Filipe é uma animação para contar aos nossos filhos, e uma daquelas que um qualquer filho empertigado e espertalhão reclamará “Ó pai esse Filipe não existe de verdade pois não? Claro que não, não pode existir! Os desenhos animados não vivem”.

Meu caro filho, a primeira vez que me fizeres essa pergunta idiota e tão própria da idade eu responder-te-ei que não só os desenhos animados existem, como tens como padrinho um, e não sei se já te disse que o teu padrinho é um daqueles desenhos animados que eu não sou capaz de guardar na prateleira ao lado dos outros, porque preciso de o ver praticamente uma vez por dia, porque eu posso ser já adulto e não ser suposto gostar de desenhos animados, mas este já ninguém mo tira, entrei na faculdade, ganhei o direito de ver este pedaço de animação sempre que quiser e isso ninguém me vai tirar para o resto da minha vida.

Caraças que eu adoro desenhos animados.

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quinta-feira, junho 21, 2007

O Filipe.

O Filipe faz anos hoje e é outra das pessoas a quem tenho a honra de chamar de um dos meus melhores amigos.

Gostaria, na mesma medida que fiz quando o Zé fez anos, de "vos contar o Filipe". Gostaria, mais uma vez, que a realidade não fosse exactamente a realidade e que várias das verdades que vou dizer a seguir o fossem mesmo.

Começo pela mais evidente: o Filipe, da Grande Lisboa, não é português. E isto, vindo de mim, como quem me conhece bem sabe, é um elogio estupendo. O Filipe tem a honra de não ser português naquilo de mais "porteguzinho" tem o português médio. O Filipe entrega-se. O Filipe dedica-se. O Filipe não descansa enquanto X não está feito. O Filipe não deixa trabalho para os outros, se ele o puder fazer. O Filipe não intriga. O Filipe é honesto. O Filipe é amigo. O Filipe ri gargalhando (e isso é muito importante). O Filipe é generoso para os amigos. O Filipe é adulto (mesmo quando gargalha).

O Filipe é louro. O Filipe tem olhos claros.

Logo, o Filipe é a maior prova viva dos benefícios da genética norte-europeia.

Prálem do seu aspecto norte-europeu ele importa as qualidades melhores dos norte-europeu: não chora o fado português e mantêm um distanciamento protector da vida que só o torna mais saudável.

Arrisco que o Filipe cumprirá aquele adágio de que tudo o que quiser será dele. Vejo-o a ter um futuro brilhante, no qual Portugal será pequeno para ele, com perdas claras para o PIB e a massa cinzenta nacional.

Ele tirará o seu doutoramento, se assim o entender e será conhecido, pelo menos, com dos mais trabalhadores na sua área.

A expressão que encontro para a vida não profissional do Filipe é um espelho dele próprio: “Águas calmas”. Ele, calmamente, ao seu ritmo e à sua vontade, constituirá família, terá filhos, netos e o que mais houver para ter. Se continuar como tem estado, o Filipe só vai ter a ganhar: é, nessa medida, o maior vencedor natural (e nós conhecemos muitos vencedores artificiais) que conheço. Vence pelo mérito e pela raça – o que é não é comum com a quantidade de sol que temos.

O Filipe é uma espécie de porto marítimo que naturalmente só acolhe o que é bom. Ele faz essa triagem, não sei se de forma voluntária ou involuntária, mas isso dá-lhe um ar sereno e confiante que o faz ser brilhante como pessoa, mas sobretudo como amigo.

O Filipe, no seu norte-europeísmo genético, faz falta aos dois parvos que assinam estes textos, porque ele equilibra o nosso portuguesismo genético, tornando-nos melhores por osmose.

Sou, e acho que o Zé pode assinar por baixo o que vou dizer, melhor pessoa por conhecer, e sobretudo por ser amigo, o Filipe.

Para fechar este meu texto, quero-vos contar dois episódios:

Durante os primeiros meses de faculdade eu dizia na brincadeira quando ele me arranjava uns apontamentos dumas cadeiras ridículas que ele era “um dos 10 melhores alunos daquela faculdade”, numa alusão a uma rábula horrível do felizmente já extinto “Malucos do Riso”. Mais um caso onde tive razão antes de tempo: Ele não só é um dos 10 melhores, como disputa a liderança da melhor média consecutivas vezes.

Mas este eu acho delicioso. Mas confesso que só vendo e conhecendo o Filipe perceberão a piada: o Filipe fica uma pilha de nervos quando não consegue resolver o problema X. Treme as pernas, bufa, xinga, barafusta contra o mundo e os professores e mais o que houver para protestar. E eu adoro olhar para ele e ter este conhecimento que ele não têm: eu sei à partida que ele vai resolver X e ainda descobrir Y e Z e resolvê-los da mesma maneira limpa. Ele não sabe ou pelo menos não sabe naquele momento que sabe. E quando volto a olhar para ele, a perna já parou de tremer e tudo está calmo.

É assim o Filipe:

Um vencedor natural.

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quarta-feira, junho 20, 2007

Os laterais-esquerdos:



Paolo Maldini, 7 campeonatos italianos e 5 Taças dos Campeões Europeus.



Bixente Lizarazu, fundamental defesa-esquerdo da selecção campeã do mundo em 1998 e durante anos e anos e anos e anos titular no Bayern de Munique.



Gianluca Pessotto, 6 campeonatos italianos, 4 finais da TCE (uma vitória) e uma vida ao serviço da Vecchia Signora.

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terça-feira, junho 19, 2007

Carta aberta ao Sr. Anti Ciclone:

Para:
Sr. Anti Ciclone,
Arquipélago dos Açores,
Oceano Atlântico

Mexa-se porra. Há 10 milhões de pessoas à espera de si!

Com os melhores cumprimentos,

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domingo, junho 17, 2007

O chamado "Grande Domínio"!



Têm todos a certeza que Schumacher não decidiu correr mais um ano?

Fora de brincadeiras, só nesta semana a maneira como pôs 3 vezes Fernando Alonso no bolso*, leva-me a ir na onda e a dizer que este miúdo (sim, porque ele é mais novo do que eu, o que me leva a pensar no que ando a fazer da vida) claramente está a candidatar-se a entrar no clube dos "Rossistas".

*Declaração de intenções: Eu detesto o piloto espanhol e se ele partisse uma perna e ficasse um ano ou dois sem correr, era para o lado que eu dormia melhor.

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Era isto que andei toda a minha vida à procura sem encontrar:

Uma wikipedia das tácticas das várias equipas mundiais. Brilhante.

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sábado, junho 16, 2007

Será que é por isto que estamos a meio de Junho e não pára de chover?

Segundo a newsletter de David Fonseca, este será um dos artistas presentes no "Live Earth" (essa versão 2007 e AlGorizada do espectáculo do Sr. Geldof)...no Pavilhão Atlântico em Lisboa. Parecem confirmar-se assim os rumores que apontavam a sala lisboeta como um dos palcos possíveis para o mega-evento do próximo dia 7. Resta-me um desejo: que a RTP não trate tão mal este evento como o de 2005...

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Como terminar com um mito da cultura pop dos anos 80 em 2 minutos e 41 segundos:




Retirado daqui.

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quinta-feira, junho 14, 2007

Ao cuidado dos senhores da "OK, Teleseguro!":

Por favor, retirem a "Vera" do telefone e voltem a colocar a "Marta" (em vez daquele seu "cameo" ridículo no final do anúncio). A História está cheia de civilizações que acabaram por muito menos que isso.

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quarta-feira, junho 13, 2007

Os laterais direitos:

Cafú, único jogador a levantar por 2 vezes o título de campeão do mundo (e ainda foi a uma final) e outras duas a "orelhuda" de campeão europeu de clubes. É preciso dizer mais?



Lilian Thuram, que prálem de durante muitos anos ser o melhor defesa do mundo (até à chegada de Ricardo Carvalho), ganhou um título mundial e um título europeu pela França.

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Pergunta-se Alex Ferguson a esta hora:

Mas porque raio não poupei eu o dinheiro e por metade ir buscar aquele com o cabelo à Davids?

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Continuem a dizer mal do Scolari, continuem...

É o único que se safa naquela FPF, ficou mais uma vez provado.

PS: Porque é que as holandesas são tão e tão giras? É que são todas, ó catano!

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terça-feira, junho 12, 2007

Os Guarda-redes suplentes:

David Seaman, Guarda-redes do Arsenal durante anos e anos e anos e anos (e que liderou a defesa dos "velhos" no penúltimo campeonato (2001/02) da equipa londrina - a saber, Seamam (38 anos); Dixon (35), Tony Adams(34), Keown (37) e outro tipo que foi substituir o Winterburn (36)):



Sebastiano Rossi, guarda-redes do Milan entre 1990 e 2002. Se isto não é apresentação suficiente não sei o que será (aqui a final onde o Milan deu 4 secos ao Barça com ele na baliza):

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segunda-feira, junho 11, 2007

Os Guarda-redes "titulares":

O Mágico, mítico e glorioso Michel Preud'Homme, durante anos único motivo de esperança no meu clube e único jogador pelo qual verdadeiramente torcia (e já recebemos o Porto para a supertaça com o Preud'Homme e mais 10 - a saber Calado, Hélder, Bermudéz, Dimas; Jamir, Bruno Caires, Valdo e Gustavo; JVP e Donizete e parece que perdemos por 5-0. Não se percebe!):



Francesco Toldo, o único guarda-redes italiano que sabe defender um penalty (e digam o que disserem, isto é um penalty como qualquer outro):



Peter Schmeichel, mítico guarda-redes da equipa campeã europeia do Manchester United (e qualquer dia faço um post sobre o quanto esse jogo me despertou a paixão pelo futebol a sério):

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Os extras:

Como me fui lembrando de falhas horríveis no último post, cá vai mais uma dose de mágicos:

GK: David Seaman e Sebastiano Rossi;
DF: Frank De Boer, Jorge Andrade, Desailly, Lizarazu;
MC: Balakov, Poborsky, Ince, Hagi, Keane;
AV: Baggio, Cantona, Rivaldo, Batistuta;

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domingo, junho 10, 2007

Sobre eu ter visto Zizou ao vivo:

Como uma equipa não chega, aqui fica um plantel de jogadores que tenho pena que as gerações vindouras não vão ver e que eu vi (quer ao vivo, quer na TV):

GR: Preud'Homme, Toldo e Schmeichel;
DD: Cafú e Thuram;
DE: Pessoto e Maldini;
DC: Ricardo Carvalho, Lothar Matteus, Nesta, Blanc;
MC: Guardiola, Scholes, Paulo Sousa e Deco;
MD: Figo e Del Piero;
ME: Giggs e Boban;
10: Zidane e Rui Costa;
PL: Klinsmann, Ronaldo, Papin e Stoitckov;

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Só uma pergunta sobre os últimos anos do torneio de Roland Garros:

Ambos os vencedores não estão no género errado?

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O Zé.

Gritam as eleitoralmente decoradas janelas da cidade que "o Zé faz falta". E, digo eu, têm toda a razão. O Zé faz mesmo falta, só que não é o vereador do Bloco de Esquerda, mas sim o Zé, que faz hoje anos e que tenho por conta de um dos meus melhores amigos.

Gostaria de vos dizer que me infiltrei nas trincheiras do "inimigo" e auto propus-me para assessor de imprensa da candidatura bloquista à capital só para lhe poder prestar a singela homenagem de ter a cidade a respigar uma verdade verdadeira: a de que o Zé faz falta.

Infelizmente não é esse o caso, restando-me por isso agradecer à campanha de Sá Fernandes o respectivo cartaz que me deu a ideia original para esta prenda em dia de aniversário - a do elogio público de um amigo. Faço-o na forma que melhor me sei expressar que é a escrita; Mas sobretudo quero me servir desta ferramenta que é a escrita para vos "contar o Zé".

Por exemplo, queria-vos contar que o Zé quando ri parece uma criança. Tem uma autenticidade garagolhófona que deveria ser gravada para ser vendida a peso de ouro para comédias de quinta categoria (aquelas com o riso pré-gravado): Tornaria as mesmas em pequenas pepitas seinfeldianas de elevado quilate.

O Zé, parecendo que não, já é um adulto formando e um adulto formando não deve ser assim tão crédulo nas coisas do mundo; não deveria contar tanto nos amigos, na música e na 7ª arte que tanto aprecia. Deveria ser mais cínico, só e mal-humorado. Mas não. O Zé chegou ao final da sua formação completamente criança nas 3 coisas que nenhum de nós deveria crescer: riso, arte e amizade.

Todos e cada um de nós à medida que vai crescendo vai relegando essas coisas para segundo ou terceiro plano e vai pondo em primeiro lugar a carreira, os filhos, o casamento, a prestação da casa, o cartão de crédito e o diabo a sete. Todos nós vamos nos tornado, por via das dúvidas, mais cínicos, sós e mal-humorados até porque a qualquer momento podemos ficar desempregados, o filho não nos falar mais, o casamento falir e com ele a conta bancária.

Todos nós, vamos assim nos afastando do nosso próprio Zé. Daquele individuo que adorava música, cinema, futebol, os amigos, as amigas e a escrita vai restando cada vez menos. E menos. E menos. Até que nos tornamos "adultos". Dizem-nos os mais velhos com ar de aprovação consentida: "É a lei da vida".

Pois é.

Mas quero-vos dizer que a maior virtude do Zé é, mantendo a responsabilidade (poderia aqui dissertar mais quarto ou cinco parágrafos sobre como ele é bom trabalhador e responsável, mas acho que isso seria profundamente estúpido e inútil - aliás como é, grande parte desse mesmo trabalho) ir desafiando a pouco e pouco os limites dessa própria "lei da vida".

Confesso-vos uma secreta esperança, daquelas com um grau de secretismo só violável num blog público e universal: que ele só se deixe ir pelos caminhos da "lei da vida" quando tiver mesmo que ser. No último segundo da última hora. Até lá que mantenha as suas amigas, a sua Dave Matthews Band, os seus amigos e o seu cinema. E, quando tiver mesmo que ser, então que se preocupe com o filho, o casamento e a conta da luz.

Para terminar, quero-vos contar na medida do possível um episódio que vi, e que se não tivesse visto não acreditaria: Num destes fins-de-semana prolongados, estive com ele a descansar na quinta dele de um dia para o outro. E posso-vos garantir que isolado do mundo (só havia televisão, ou seja, o autêntico "deserto da margem sul" para dois estudantes de informática) a ler deliciado as cartas que o avô escrevia à avó nos tempos de namoro. Riso, arte e amizade. Era essa a cara dele quando as lia. E esteve horas a fio a organizar-las como se de pequenos grandes tesouros se tratasse - e eram um monte de cartas velhas.

Por tudo isto me despeço desta prenda pública em dia de aniversário concordando com o cartaz do BE:

O Zé faz mesmo falta.

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Coisas que completam a vida de um homem:

A partir de hoje, já poderei dizer ao meu filho por nascer que o pai dele viu jogar Zinedine Zidane. Dá-me muita pena saber que ele nunca vai saber o que isso significa.

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quinta-feira, junho 07, 2007

A festa do futebol

Esta tarde assisti ao Benfica-Sporting no Estádio da Luz, a contar para a fase final do Campeonato Nacional de Juniores A e a notícia é que estavam presentes 13500 pessoas, numa festa do futebol jovem, muitas vezes sem ser jogada muito bem, que me leva a algumas notas:

- O derby do ano, mesmo que em Juniores, leva 13500 pessoas a passar a tarde de um feriado num estádio de futebol, uma assistência não atingida em pelo menos 60% dos jogos da Bwin Liga.
- Os bilhetes custavam 2 euros para sócios do Benfica e 5 euros para o público, o que só prova que os estádios estão vazios por um único motivo: o preço dos bilhetes - sejam eles baratos e as pessoas querem ver futebol ao vivo (e sejam os jogos à tarde, o que foi muito importante para a criançada - e era muita - que lá estava).
- Por falar nisso, o que será melhor para clubes como o Setúbal, Belenenses ou Leiria? 10000 adeptos a pagarem 10 euros ou 5000 a pagarem 20 (e 5000 é uma assistência quase irreal para o Leiria, por exemplo)?.
- As próximas estrelas das equipas lisboetas serão (a ajuizar pelo o que vi hoje): Adrien Silva (um possível novo Moutinho) e Daniel Carriço (que central!) pelo Sporting e Miguel Vítor (outro magnífico central - e que dupla será esta no Mundial de Sub-20!) e Romeu "Petit" Ribeiro pelo Benfica (caso tenham oportunidades, o que duvido, no caso dos jogadores encarnados).

As famílias querem ir "à bola". Somos dos países do mundo que mais ama o futebol desde esta década e a culpa disso é muito do efeito "Scolari/Euro 2004" e somos, paradoxalmente dos que menos pessoas têm nos estádios (por capacidade de ocupação). Benfica e Sporting tiveram a oportunidade hoje de experimentar exactamente os factores que levam a Divison One inglesa a ter quase tantas pessoas nos estádios como a Bwin Liga (se retiramos a esta os três "grandes") ou o que leva as reservas do Man Utd a ter uma assistência média bastante superior à do E. Amadora ou do Leiria.

Esses factores resumem o que é a festa do futebol - uma coisa que os dirigentes portugueses não sabem o que é, como funciona ou como é que se promove - e para isso basta ver as horas e os dias incríveis a que começam os jogos em cada jornada (somos o único (O ÙNICO) campeonato do mundo onde uma jornada pode durar, em teoria, 5 dias consecutivos).

Viva o futebol, aquele que para mim é o maior espectáculo do mundo e uma das suas coisas mais belas!

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O meu corpo é uma bestinha que realmente...

Num dos poucos dias que podia dormir até quando me apetecesse este sacana que transporto acorda ás 06:45 com um pesadelo envolvendo camarões e miudas de enormes seios. Irra!

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segunda-feira, junho 04, 2007

Game, Set and Match, Ms. Silverman.



Eis aquela que é provavelmente a piada mais brutal dos últimos anos: a poucas horas de Paris Hilton se ir render às autoridades para cumprir 3 semanas de cadeia, Sarah Silverman (provavelmente a única pessoa detentora de um valente par de tomates que eu acho muito gira) desfaz a "socialite" em público, na cerimónia de entrega dos MTV Movie Awards. Chega a ser arrepiante e a meter dó. Ou pensando melhor nisso, até não.

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Quero! Quero! Quero!

Os anúncios americanos ao iPhone.

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domingo, junho 03, 2007

Directamente da sessão de cinema mais peculiar*, a canção do momento:



*Sábados, com começo entre as 7:30 e as 8:00...da manhã.

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Diz que é do calor.

Eis uma semana interiormente estranha que culmina num fim-de-semana igualmente estranho e melancólico. Estou numa fase em que não sei (e confesso que tenho algum receio de o saber - ou será outra coisa?) o que a próxima semana, mês e trimestre me reservam. Até aqui, a minha vida era relativamente segura e estável: Tinha que estudar, estudar e estudar e a coisa não passava muito disso. Agora que o 3º ano se presta a terminar, eis que o paradigma muda - tenho de entrar num mercado de trabalho que para mim fala chinês e o estudar ficará equiparado a alguma actividade remunerada que me permita sustentar as três cadeiras que ficaram por fazer para acabar o 1º ciclo e que me ajude a poupar um pouco para sustentar o ritmo com que farei o 2º ciclo de "Bolonha", que será mais ou menos elevado dependente disso mesmo.

Estava, se quiserem, confortavelmente sentado na cadeira da sala de aula com uma distância muito grande ao que se passava "lá fora" e isso, para mim, era uma protecção dos diabos que eu tinha, sem o saber. Acabou-se me a "juventude" e o período em que quando "fazia muito", não fazia era nada.

(O balanço é complexo e não é matéria para este post).

Não só profissionalmente como no resto, olho para todas as áreas em que vou preenchendo os dias e só encontro uma pergunta idêntica para cada uma delas: "E agora?". E se há algumas em que me apetece dizer "Venha o que vier, hei de conquistar o meu espaço e o que eu quero" (eu sei que isto é, se calhar, arrogante, mas é o que me tem mantido com motivação e como me tenho saído melhor), há outras em que a minha motivação é pura e simplesmente: "Só espero que não doa muito e que não seja tão mau como parece".

Tenho bem a noção que sou uma pessoa que se isola um pouco (ou muito) nestas alturas (e noutras), mas se houver por aí um(a) Professor(a) Karamba para me responder as estas questões que me ligue, mande mensagem, e-mail, pombo-correiro...mas diga qualquer coisa!

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